Etanol Hoje

Como é a produção de etanol no Brasil?

O etanol, também chamado de álcool etílico, é uma espécie de biocombustível feito a partir da cana-de-açúcar. Há dois tipos diferentes de etanol, o etanol anidro e o etanol hidratado. A diferença entre estes é o quanto de água existe na composição.

Sua utilidade, no entanto, não é apenas como biocombustível. A commodity pode ser usada como matéria prima para diversos produtos na indústria.

A história do etanol no Brasil

No Brasil, a história do etanol nos leva de volta ao começo do século XX. Na década de 20, foram realizados os primeiros experimentos com vistas a desenvolver o álcool combustível. Os investimentos continuaram na década que se seguiu, com o governo de Getúlio Vargas. O Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) foi criado, e o etanol foi adicionado à gasolina como modo de baratear os custos à época.

Apenas na década de 70, no entanto, essa evolução ganhou ainda mais relevância: o Programa Nacional do Álcool, ou o chamado Pró-Álcool. Com o objetivo de utilizar mais o recurso extraído da cana-de-açúcar e depender cada vez menos da gasolina e do petróleo, esse programa também era uma forma de o Brasil responder ao “Choque do Petróleo”.

Isto ocorreu quando países membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP) aumentaram o preço dos barris, em resposta à Guerra do Yom Kippur contra Israel à época.

O governo de Fernando Collor de Mello, já na década de 90, foi responsável por uma diminuição temporária dos incentivos ao etanol. Toda a importância que o combustível adquiriu na época do Pró-Álcool foi pausada com a extinção do IAA, da Era Vargas.

Essa extinção teve o objetivo de cortar gastos desnecessários. Nesse momento, o etanol ainda não tinha força econômica para adentrar o mercado internacional, nem investimento tecnológico para tal. Eram necessários mais investimento e incentivos governamentais.

No entanto, alguns anos depois, já no início do século XXI, o etanol voltou a ganhar relevância em nosso país por diversos fatores. Podemos citar o surgimento de carros bicombustíveis eficientes, o menor impacto do álcool na sustentabilidade do planeta e o investimento em biotecnologia.

O mercado de etanol no Brasil

O Brasil é um dos principais produtores desse tipo de combustível. No nosso país, a produção de etanol se desenvolve progressivamente, a começar do século XX. Podemos dizer que estamos no auge de tal prática.

O Brasil figura na lista como o segundo maior produtor de etanol combustível a nível mundial. Ficamos apenas atrás dos Estados Unidos. A diferença é que o etanol do Brasil é produzido a partir da cana-de-açúcar, ao contrário da versão norte-americana. Nesse caso, a produção é feita através do milho, sendo menos eficiente por conta de precisar de mais área de plantio.

O Brasil exporta bastante etanol, assim como a sua matéria-prima, a cana-de-açúcar. Além da exportação, grande parte dessa produção destina-se ao consumo interno. Por conta da demanda cada vez maior por etanol, o cultivo da cana-de-açúcar acabou se expandindo no país.

Os principais estados que produzem a cana-de-açúcar com objetivo de produzir o etanol combustível são: São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Sem excluir, é claro, outros produtores menores.

O etanol e a sustentabilidade

O etanol é um tipo de biocombustível que tem ganhado cada vez mais relevância no mercado. Isso ocorre por conta da sustentabilidade, assunto que tem sido um assunto em pauta na atualidade.

O etanol emite muito menos gás carbônico na atmosfera, e ajuda na mitigação do efeito estufa (que é causado pela emissão de gases poluentes). Se o compararmos aos combustíveis fósseis comuns, sua utilização é capaz de reduzir emissões em até 90%.

Além disso, as suas emissões (que já são bem menores) são compensadas pela cana-de-açúcar em abundância em nosso país, além de ser um biocombustível produzido “em casa”.

Como investir em etanol?

Como explicamos, existem dois tipos de etanol. O Etanol Anidro e o Etanol Hidratado. E você pode investir em qualquer um desses dois por meio da B3. A bolsa de valores B3 é, inclusive, a primeira bolsa de valores que utilizou o etanol como uma commodity de investimentos em todo o mundo.

Os contratos futuros de etanol também são investimentos bastante interessantes. A partir do mercado futuro, as variações podem trazer boas oportunidades para os traders.

Os vencimentos são negociados e liquidados até o último dia útil de cada mês, das 9h às 15h45 e das 16h05 às 18h.

O preço do etanol é cotado por litro. Por isso, é importante ficar de olho no preço para o dia.

Por que investir em etanol?

O etanol tem um lugar de destaque no mercado: é um biocombustível de relevância para questões sustentáveis. Além disso, também é centro de negociações em outros ramos: beleza, bebidas, farmácia, entre outros.

Vale ressaltar o fato de que a commodity é produzida pelo Brasil tanto como meio de exportação como para uso interno. Por isso, é uma excelente opção para o mercado, que sempre tem demanda.

A maior parte das negociações ocorre na safra e na entressafra da cana-de-açúcar. A tendência é que o etanol seja ainda mais valorizado como commodity também fora do Brasil nos anos que estão por vir.

Por que ocorrem variações no preço do etanol?

O preço de qualquer commodity está sujeito a variação. E no caso do etanol, isso não é diferente. De acordo com a oferta e a demanda, o mercado varia o preço praticado no Etanol Anidro e no Etanol Hidratado.

Se a demanda for maior, é claro que o preço praticado pelos produtores vai aumentar, de modo a permitir que eles ganhem mais com sua produção. Da mesma forma, nas épocas entressafra ou quando a demanda for menor, o preço também tende a cair. Esse é um recurso para atrair mais compradores e não perder o produto.

Apesar de a cana-de-açúcar, assim como o etanol, serem produtos com boa rotatividade e altas taxas de exportação no Brasil, ambos estão sujeitos a variação nas demandas e preços.

No entanto, essa variação é algo positivo para os investidores que sabem lidar com ela. Afinal, é possível encontrar oportunidades de fazer mais dinheiro no mercado.